sexta-feira, 12 de novembro de 2010


De norte a sul, de leste a oeste, todo mundo quer ser feliz.
Não é tarefa das mais fáceis.
A princípio, bastaria ter saúde, dinheiro e amor, o que já é um pacote louvável, mas nossos desejos são ainda mais complexos.
Não basta que a gente esteja sem febre: queremos, além de saúde, ser magérrimos, sarados, irresistíveis.
Dinheiro?
Não basta termos para pagar o aluguel, a comida e o cinema: queremos a piscina olímpica, a bolsa Louis Vitton e uma temporada num spa cinco estrelas.
E quanto ao amor? Ah, o amor... não basta termos alguém com quem podemos conversar, dividir uma pizza e fazer sexo de vez em quando.
Isso é pensar pequeno: queremos AMOR, todinho maiúsculo.
Queremos estar visceralmente apaixonados, queremos ser surpreendidos por declarações e presentes inesperados, queremos jantar à luz de velas de segunda a domingo, queremos sexo selvagem e diário, queremos ser felizes assim e não de outro jeito.
É o que dá ver tanta televisão. Simplesmente esquecemos de tentar ser felizes de uma forma mais realista.
Por que só podemos ser felizes formando um par, e não como ímpares?
Ter um parceiro constante não é sinônimo de felicidade, a não ser que seja a felicidade de estar correspondendo às expectativas da sociedade, mas isso é outro assunto.
Você pode ser feliz solteiro, feliz com uns romances ocasionais, feliz com três parceiros, feliz sem nenhum. Não existe amor minúsculo, principalmente quando se trata de amor-próprio.
Dinheiro é uma benção. Quem tem, precisa aproveitá-lo, gastá-lo, usufruí-lo. Não perder tempo juntando, juntando, juntando. Apenas o suficiente para se sentir seguro, mas não aprisionado.
E se a gente tem pouco, é com este pouco que vai tentar segurar a onda, buscando coisas que saiam de graça, como um pouco de humor, um pouco de fé e um pouco de criatividade.
Ser feliz de uma forma realista é fazer o possível e aceitar o improvável.
Fazer exercícios sem almejar passarelas, trabalhar sem almejar o estrelato, amar sem almejar o eterno.
Olhe para o relógio: hora de acordar.
É importante pensar-se ao extremo, buscar lá dentro o que nos mobiliza, instiga e conduz, mas sem exigir-se desumanamente.
A vida não é um game onde só quem testa seus limites é que leva o prêmio.
Não sejamos vítimas ingênuas desta tal competitividade. Se a meta está alta demais, reduza-a.
Se você não está de acordo com as regras, demita-se.
Invente seu próprio jogo.

Martha Medeiros

4 comentários:

Sueli Gallacci disse...

Cris, texto brilhante esse da Martha!

Nunca estamos contentes com o que temos, não enxergamos um palmo diante do nariz.

Só enxergamos o que o vizinho tem, e nós não temos, o que o comercial da TV nos faz engolir goela abaixo como sendo a coisa mais essencial do mundo que devemos adquirir.

Esquecemo-nos completamente que felicidade não se conjuga com o verbo “ter”, e sim, com o verbo “ser”.

Parabéns pelo belo texto!

Um beijo enorme.

Brasil Desnudo disse...

Olá, Cris!!!
Passando pra agradecer sua visita lá no Desnudo e, dizer que estou de volta, meio que aparafusado, remendado, mais inteiro.kkkk
Obrigado pelo carinho de suas palavras e pela amizade dedicada...
Te desejo um feriado daqueles, cheio de paz e muito amor no coração..

Com todo carinho

Marcio RJ

ONG ALERTA disse...

As regras sáo para serem quebradas, beijo Lisette.

Marisa Mattos disse...

Oi.Te vi no "Perguntas e Respostas" e vim conferir.Parabéns pelo blog lindo e de conteúdo tão inteligente.Beijos!!!